.

2 de novembro de 2012

Miguel Torres

Cardiomiopatia Dilatada

    Sem comentários:

Cardiomiopatia Dilatada (CMD) é uma condição na qual a capacidade do coração de bombear sangue é diminuída porque a câmara principal de bombeamento do coração, o ventrículo esquerdo, esta ampliada e enfraquecida. Em alguns casos, isto impede o coração de relaxar e encher com sangue como deveria. Com o tempo, isto pode afetar outras câmaras cardíacas.

Esta é a forma mais comum de cardiomiopatia e representa cerca de 55-60% de todas as cardiomiopatias.

Pode ter causas genéticas e infeciosas ou ambientais.

É mais comumente diagnosticada em crianças mais jovens. 

Fisiopatologia da Doença

Esta patologia pode ser herdada, mas é principalmente causada por uma variedade de outros fatores, entre eles:
  • Doença arterial coronariana grave
  • Alcoolismo
  • Doenças da tiroide
  • Diabetes
  • Infeções virais do coração
  • Válvulas cardíacas anormais
  • Sarcoidose
 Também pode ocorrer em mulheres após o parto – cardiomiopatia pós-parto.

Epidemiologia

  • Etiologia
    • Na maioria das crianças as causas são outras que não cardiopatias congénitas.
    • Primárias ou Idiopáticas - maioria
    • Secundárias - infecção, distúrbios endócrinos, doenças metabólicas e nutricionais, doenças neuromusculares, doenças hematológicas e tumores.
  • Incidência / Prevalência
    • 2-8 casos/ 100.000 hab
    • 36 casos/ 100.000 hab

Diagnóstico Clínico - Sinais e Sintomas

  • Ausência de sintomas.
  • Sintomas leves:
    • Infeções respiratórias em bebés
    • Pouca capacidade ao exercício e cansaço fácil em adolescentes
  • Nos casos mais graves:
    • Formação de coágulos no ventrículo esquerdo
    • Inchaço das extremidades inferiores
    • Miocardite viral
    • Arritmias cardíacas:
      • Palpitações
      • Sincope
      • Convulsões
      • Paragem cardíaca
    • Insuficiência cardíaca congestiva em bebés:
      • Irritabilidade
      • Falta de crescimento
      • Aumento da sudorese, especialmente durante o exercício
      • Cor pálida
      • Aumento de peso
      • Respiração rápida e / ou sibilância
    • Insuficiência cardíaca congestiva em adolescentes:
      • Dificuldade respiratória e / ou tosse
      • Cor pálida
      • Diminuição da produção de urina
      • Sudorese excessiva
      • Fadiga em atividades mínimas

Diagnóstico Laboratorial

  • Importância do Ecocardiograma:
    • Mostra cavidades dilatadas do coração
    • Diminuição a função de ejeção
  • Importância da Radiografia do Tórax:
    • Mostra o tamanho do coração - cardiomegalia
    • Congestão pulmonar e derrame pleural
  • Importância do Eletrocardiograma:
    • É a prova de câmaras cardíacas espessas ou ampliadas
    • Hipertrofia Ventricular Esquerda ou Direita
    • Evidência arritmias
  • Importância do Holter:
    • Para comprovar a presença de batimentos cardíacos irregulares
  • Importância da Prova de Esforço:
    • Avalia a reserva de energia do coração
    • Pode ajudar a prever a necessidade de transplante cardíaco
  • Importância de Análises Sanguíneas:
    • Identificar as causas tratáveis para a Cardiomiopatia Dilatada
  • Importância do Cateterismo Cardíaco:
    • É feita em casos mais avançados
    • Também é útil para avaliar a possibilidade de possível transplante cardíaco
  • Importância da Biópsia Cardíaca:
    • Para distinguir se esta doença é de causa infeciosa ou genética
  • Tomografia Computadorizada
  • Ressonância Magnética

Tratamento

Não há uma cura para a Cardiomiopatia Dilatada.

O tratamento está destinado a diminuir o tamanho do coração e as substâncias na corrente sanguínea.
No entanto há tratamentos para diminuir os sintomas e os riscos da doença, dependendo da condição clínica:
  • Medicação
    • Controlo da Insuficiência Cardíaca Congénita - diuréticos, agentes inotrópicos, agentes redutores pós-carga e betabloqueadores.
    • Controlo de Arritmias Cardíacas - antiarrítmicos
    • Controlo de formação de coágulos - anticoagulantes
  • Cirurgia
    • Na presença de uma dilatação grave do ventrículo esquerdo, em que há regurgitação da válvula mitral, para assim reparar ou substituir a válvula.
    • Implantação de pacemaker para um ritmo cardíaco normal.
    • Cardiodesfibriladores Implantáveis ​​(CDI) - Podem ser usados nas crianças para retomar um ritmo normal.
    • Ressincronização cardíaca por marca-passo biventricular
    • Dispositivos Cardíacos Assist (Corações Mecânicos) - São implantados quando todas as outras terapias para a Insuficiência Cardíaca grave falharam. Melhoram o fluxo de sangue para o corpo permitindo assim que outros órgãos recuperem do stresse da Insuficiência Cardíaca.
    • Transplante Cardíaco – A Cardiomiopatia Dilatada é uma das principais razões para transplante de coração em crianças. Só é feito em pessoas com Insuficiência Cardíaca grave que não respondem aos medicamentos ou a outros tratamentos. Um transplante de coração dá à criança a hipótese de voltar a ter uma vida normal.
  • Alteração do Estilo de Vida
    • Diminuição da ingestão de sódio
    • Exercícios aeróbicos, mas não exercícios pesados
    • Abstenção de álcool

Viver com Cardiomiopatia Dilatada

  • Antes de mais nada, não só a criança como toda a família, devem ser e estar preparados para saber lidar com uma doença crónica e saber todo o stresse que daí advém.
  • As crianças com Cardiomiopatia Dilatada não podem praticar exercício físico pesado.
  • Evitar o contacto com pessoas com febre.
  • É necessária uma dieta saudável.
  • Visitas regulares ao pediatra.


Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.